quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

M8 Nebulosa da Lagoa


A Nebulosa da Lagoa (Messier 8) é uma gigantesca nuvem interestelar na constelação de Sagitário. Ela possui Magnitude Visual de +6 e um tamanho aparente de 90x40 arcmininutos (para ter uma ideia o diâmetro da lua cheia é de 30 arcminutos). 

A M8 pode ser observada com binóculos e é um ótimo alvo para os astrofotógrafos.

Ela é classificada como uma nebulosa de emissão cujos gases ionizados, principalmente hidrogênio, emitem radiação principalmente no comprimento de onda na faixa da luz visível vermelha.

Já em um binóculos ela vai ter o aspecto acinzentado, pois nosso olho não distingue bem as cores em baixa luminosidade. Contudo, em uma câmera para astrofotografia ela vai ter um forte aspecto avermelhado. Apesar disso, é possível observar também algumas areas de nebulosa de reflexão ( pequenas regiões onde a cor é mais puxada para o azul).

É possível observar também uma serie de glóbulos de Bok (eu particularmente os acho interessantíssimos e acho que realçam a beleza das nebulosas).

Grandes complexos de nebulosas escuras são associados com nuvens moleculares gigantes enquanto que pequenas nebulosas escuras e isoladas são chamados de glóbulos de Bok. Basicamente, podemos dizer que os glóbulos de Bok são "pequenas" nuvens escuras e densas de poeira e gás que acabem ofuscando a luz visível de estrelas (ou outras estruturas) que estejam atrás delas.

Os glóbulos de Bok são comumente encontrados nas regiões HII e tipicamente possuem uma massa de cerca de 2 a 50 massas solares, contida num espaço de aproximadamente um ano luz de extensão.

A nebulosa da Lagoa é bem brilhante e com um ótimo tamanho. Mesmo em telescópios menores (127mm ou 150mm) é possível captura-la e obter um bom resultado fazendo longas exposições. Nas configurações atuais dos equipamento do OCA ela preencher quase todo o frame de captura da câmera. Bom, vamos ao resultado:


quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Sprites e Meteoros Capturados!!!


Desde novembro o tempo no observatório está totalmente nublado. São quase 3 meses sem observar uma única note estrelada. 

Contudo, no ultimo dia 23/01/2017 o tempo deu uma aliviada e foi possível realizar algumas capturas. As grandes atrações da noite foram os sprites e um grande meteoro. 

Apesar de o Céu sobre o OCA estar relativamente limpo, estavam ocorrendo fortes tempestade de raios próximas ao observatório. Assim foi possível registrar um bom número de Sprites: 



É interessante comparar com o mapa de raios registrados no dias 24/01/2017 por volta das 02:45h GMT. É possível observar que ao redor do OCA (próximo da divisa dos estados de  SP e MS) estavam ocorrendo inúmeras descargas elétricas.





Essa situação favorece esse tipo de captura, pois os sprites ocorrem bem acima das nuvens. Logo é importante que o observador esteja afastado do sprite e tenha um céu livre, visualizando assim o topo das nuvens distantes.

A imagem a seguir ilustra isso:




Os sprites são a classe mais conhecida de Eventos Luminosos Transientes (em inglês transient luminous event - TLE), que são fenômenos que ocorrem durante tempestades. Eles são raros e ainda pouco compreendidos. Eles são produzidos por campos elétricos quase-eletrostáticos gerados por relâmpagos que vão da nuvem para o solo.

O sprite forma-se acima das nuvens, e se estendem a partir de 45 km de altitude podendo chegar a 90 km. A duração do fenômeno é de aproximadamente 17 ms e a sua ocorrência é alguns ms após a ocorrência do relâmpago gerador (os raios típicos se formam na base), e têm carga positiva (os raios normais têm carga negativa). Partindo da nuvem, uma corrente positiva se dirige às cargas negativas que se acumulam no solo. Quando as encontra, o circuito se fecha e o raio aparece (Fonte: Wikipeadia).





O Sprite ainda pode ser classificado como Sprite Carrot e Jellyfish:






Finalmente, seguem as capturados realizadas nas estações de monitoramento do OCA:


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

M16 - Os pilares da criação!


 A Nebulosa da Aguia, ou Messier 16 é um jovem aglomerado estelar aberto localizado na constelação de Serpente. Ele está a aproximadamente 7000 anos-luz de distancia da Terra. Ela esta localizada no braço da Via Láctea vizinho ao braço do nosso sistema solar e sua magnitude aparente é igual a +6,4.

Essa nebulosa ficou mundialmente conhecida quando o Telescópio Espacial Hubble publicou uma foto em detalhes do "centro" dessa nebulosa em 1995.
Essa foto ficou conhecida como "Os Pilares da Criação". O nome faz referencia a 3 colunas de poeira e gases que seriam um grande berço de estrelas.

A própria NASA informou posteriormente que tais pilares provavelmente não existem mais, pois atualmente já devem ter se transformado em novas estrelas.

A nebulosa é facilmente capturada com telescópios amadores (um refletor de 150mm de abertura já consegue captura-la), contudo, nem tudo são flores.

A nebulosa toda tem um tamanho de 35x28 arcminutos, aproximadamente o tamanho da lua cheia.  Contudo, a parte central ("os pilares") são relativamente pequenos. Assim é difícil obter detalhes de tais estruturas, tornando-se assim um desafio para os astrofotógrafos!

Segue o registro tirado em Outrubro de 2016 no OCA:


Esse registro foi produzido através do empilhamento de 40 frames de 200s em ISO 400. A imagem em resolução total e os detalhes de localização do objeto podem ser encontrados aqui: http://astrob.in/279822/0/

Uma coisa que me surpreendeu nessa imagem foi o fato de ela apresentar partes com a coloração avermelhada e também partes azulada. Isso indica que ela possui partes de nebulosas de emissão e também parte de nebulosas de reflexão.

Contudo, a Nebulosa da Aguia é conhecidamente uma nebulosa de emissão. Sendo que normalmente quando uma nebulosa possui parte de emissão e reflexão ela é catalogada como uma nebulosa difusa.

Talvez o fato de ela ter sido catalogada como nebulosa de emissão seja pelo fato de a maior parte der de emissão.

Nebulosa de Emissão:
"Uma nebulosa de emissão é uma nebulosa que rodeia a uma estrela quente e difunde a energia recebida em forma de radiação, com um espectro marcado por linhas brilhantes de hidrogênio. A cor vermelha característica de muitas destas nebulosas é devida, justamente, à linha alfa de hidrogênio."

Nebulosa de Reflexão:
“As nebulosas de reflexão são nuvens de poeira que simplesmente refletem a luz de uma ou mais estrelas vizinhas. Elas não são quentes o suficiente para provocar a ionização no gás da nebulosa como as nebulosas de emissão, mas são brilhantes o suficiente para tornarem o gás visível. Por isso, o espectro das nebulosas de reflexão é semelhante ao das estrelas que as iluminam. Por entre as partículas microscópicas responsáveis pela dispersão estão compostos de carbono (por exemplo, pó de diamante) e de outros elementos, em particular ferro e níquel. Estes últimos dois estão muitas vezes alinhados com o campo magnético e fazem com que a luz dispersa seja ligeiramente polarizada. A distinção entre estes dois tipos de nebulosas foi feita por Hubble em 1922. São regularmente azuis devido à dispersão ser mais eficiente na luz azul que na vermelha (é o mesmo processo que dá a cor azul ao céu e os tons vermelhos do pôr-do-Sol).”

Nebulosa de Absorção ou Escura:

“Uma nebulosa escura é uma grande nuvem que aparece em regiões pobres em estrelas, onde o pó do meio interestelar parece estar concentrado. Estas podem ser vistas a obscurecer parte de uma nebulosa de emissão ou reflexão (por exemplo, a Nebulosa Cabeça de Cavalo), ou ao bloquearem as estrelas de fundo (por exemplo, a Nebulosa Saco de Carvão).”